Surdez
A educação escolar das pessoas com
surdez passou por vários processos que
merecem ser destacados de acordo com a ordem cronológica:
- Final da idade média: primeiro esboço de uma possível educação para surdos.
- Idade moderna: primeiros pronunciamentos sobre a instrução para pessoas surdas
- França 1760: reconhecimento da Língua de Sinais como língua.
- Congresso de Milão, 1880: o oralismo passou a ser a via preferencial de comunicação entre os surdos.
- Brasil 1857: Criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio de Janeiro.
- Congresso Internacional de Surdos, Paris 1889:decidiu-se que o método desenvolvido seria o sistema combinado de instrução.
Ao estudarmos a
história da educação dos surdos três vertentes metodológicas se destacam:
a) Oralismo:
leitura orofacial, leitura labial.
b) Comunicação
Bimodal:a fala acompanhada de sinais.
c) Bilinguismo:
reconhecimento da língua gestual visual como a língua materna e a segunda seria
a língua oficial do seu país.
Atualmente
ainda se discute a relevância de cada concepção pois, ainda não se chegou a um
consenso sobre qual vertente seria melhor para a educação do surdo.
O
importante diante das discussões está no entendimento de que o surdo possui
potencialidades que precisam ser desenvolvidas e estimuladas no âmbito escolar
e familiar.
A
escola também tem muito a contribuir na mudança de paradigma buscando diminuir
a exclusão e entender o surdo não pela sua deficiência e sim pelas suas
capacidades e heterogeneidades.
Como
destaca Damázio ( 2010):
Há
que se pensar em uma escola que se organiza pra todos e nas quais todas as
diferenças seja reconhecidas e valorizadas.
Desta
forma a escola deve pensar em práticas educacionais adaptativas tais como :
intérpretes nas salas de aula, ensino especial substitutivo, reforço escolar,
professor itinerante, LIBRAS para o ensino de Língua Portuguesa, professor do
AEE de LIBRAS e em LIBRAS.
Vale
salientar que há uma diferenciação importante das três dimensões do AEE para
pessoa com surdez: Atendimento Educacional
Especializado de LIBRAS :O profissional que irá atuar deverá conhecer a
língua com profundidade seus aspectos gramaticais, o sistema escrito,
denominado Signwriting( Escrita dos Sinais) , os caminhos metodológicos para o
ensino de LIBRAS no AEE, entre outros. Atendimento
Educacional Especializado em LIBRAS :Oferece as ideias básicas dos
conhecimentos acadêmicos, disponibilizando os conteúdos conforme a estrutura
próprias do currículo , contribuindo com o desenvolvimento em classe comum e a
sua relação com a escola. Atendimento
Educacional Especializado para o ensino de Língua Portuguesa :O exemplo
citado no texto é do bilinguismo contextual relacional, neste percurso ocorre a
contextualização ( vai do todo textual e de seus sentidos iniciais)- descontextualização
(reconhecimento das partes do texto, suas estruturas em palavras/frases,
sílabas e grafemas)-recontextualização ( montagem das partes do texto ou de
outros sentidos, produzindo outras palavras).
Portanto
a trajetória para uma educação inclusiva está apenas começando e cabe aos
professores, dispostos em ser agentes de mudança, estudar cada vez mais e
tentar contagiar o corpo docente buscando tornar os alunos surdos mais
participantes da dinâmica escolar.
Referência:
DAMÁZIO. Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado.
São Paulo: Moderna, 2010